Nome científico: Jasione montana, Linnaeus
Nome comum: botão-azul
Família: Campanulaceae
Esta planta de flores
lilás ou azuis é uma herbácea anual, bienal ou perene de vida curta, podendo
atingir alturas entre 10 a 50 cm. O botão-azul pode ser encontrado no norte
temperado da Europa, norte de África e oeste da Ásia, crescendo em sítios
secos, terrenos incultos geralmente descampados, e zonas rochosas, sendo
geralmente comum a presença de solos ácidos. Em Portugal esta planta possui 4
variedades diferentes sendo algo debatida em termos taxonómicos. As suas flores
características surgem entre Maio e Setembro e são visitadas por uma vasta gama
de insectos polinizadores, desde abelhas e moscas a borboletas e escaravelhos.
Julga-se que isto se deve ao facto de as flores serem bem visíveis a luz
ultravioleta o que as tornará mais atrativas para os insectos, que têm uma
visão no espectro do UV.
Nome científico: Cistus crispus, Linnaeus
Nome comum: roselha-pequena
Família: Cistaceae
Esta é uma planta de pequeno porte, espontânea em Portugal no centro e sul do país, sendo natural da região mediterrânica ocidental. Possui ramos castanhos quase lisos e folhas verdes sésseis de forma geralmente elíptica, rugosas, possuindo pelos de cor esbranquiçada nas duas faces, e com margens onduladas. As flores da roselha-pequena apresentam-se dispostas em cimeiras tendo uma cor rosa, sendo o fruto uma cápsula vilosa.
Esta pequena planta pode ser encontrada em matos, pinhais tendo uma preferência por solos secos não necessitando de muita água. Tendo em conta as suas características esta é uma boa planta para combater a erosão bem como outras plantas do género Cistus.
Nome científico: Narcissus triandrus subsp. triandrus, Linnaeus
Nome comum: narciso, campanários, lágrimas-de-anjo
Família: Amaryllidaceae
Esta é uma pequena planta
nativa da Península Ibérica e de França, sendo comummente encontrada no
território português. As flores têm uma posição pendente em relação à restante
planta, sendo estas de tamanho variável consoante o tamanho da planta, e de cor
creme-amarelada. Este narciso pode ser
encontrado em pastagens rochosas, florestas e clareiras, sendo ameaçado pela agricultura,
plantações florestais e também espécies invasoras.
Nome científico: Arctotheca calendula, (L.) Levyns
Nome comum: erva-gorda
Família: Asteraceae (Compositae)
Esta é uma planta originária da
região do Cabo, na África do Sul, sendo facilmente identificada pela sua flor
característica, tipo malmequer. É uma planta herbácea de pequena envergadura,
sem caule ou com caules folhosos deitados sobre o solo, desenvolvendo-se a
partir de uma roseta basal. Possui folhas dispostas de forma alternada e
divididas em segmentos até ao limbo, com o segmento terminal arredondado e muito maior que os laterais, apresentando
uma cor verde-escuro. As inflorescências ocorrem entre Março e Junho e dispõem-se
em capítulos solitários com 3 a 5 centímetros de diâmetro, no topo de longos
pedúnculos, peludos e sem folhas. As flores do disco são negro-esverdeadas. Os
frutos são cípselas, ou seja, frutos secos com uma só semente e formados por
uma parte basal, o aquénio, envolvido por pequenos ganchos densamente lanosos
para favorecer a sua adesão aos agentes dispersores. Sendo uma planta muito
vistosa, é usada com fins ornamentais, tornando-se numa planta invasora em diversos países, tais como a Austrália, Nova Zelândia, EUA, bem como na Península Ibérica, onde se naturalizou com grande
rapidez e é agora considerada uma
invasora muito difícil de controlar. Em Portugal o seu cultivo ou uso como
planta ornamental já é proibido devido ao facto desta espécie apresentar um
grande comportamento invasor, prejudicando o equilíbrio dos ecossistemas naturais, principalmente
os dunares. Uma das características que a tornam invasora é a facilidade e
rapidez com que se reproduz, pois para além das sementes lançadas em grandes
quantidades, existem estolhos subterrâneos que formam novas plantas, acabando
por competir com sucesso com as plantas nativas.
Nome científico: Ruscus aculeatus L.
Nome comum: gilbardeira, azevinho-menor
Família: Asparagaceae
Aspecto geral da gilbardeira (esquerda) e a flor e as bagas nos cladónios (direita). |
Este
arbusto de folha perene com altura entre 30 a 80 cm e de cor verde-escuro, é
caracterizado pela presença de caules florais achatados de aparência foliar com
um pequeno espinho no final da estrutura, formando os cladónios, e que permitem
a identificação da espécie. As verdadeiras folhas são muito pequenas (3 a 4
mm), adquirindo a forma de escamas lanceoladas nas axilas.
No
centro dos cladónios, durante o Inverno e a Primavera, instalam-se as flores,
sendo estas pequenas e unissexuais (adquirem o sexo do ramo onde crescem), com
cor amarelada ou violácea. No Outono e Inverno as plantas produzem bagas de cor
vermelho-intenso. A polinização é efectuada por insectos, sendo que a dispersão
das sementes fica a encargo das aves. Sendo a gilbardeira um arbusto com
rizoma, a planta também se pode reproduzir via vegetativa, originando-se
numerosos caules deste.
A
gilbardeira ocorrer praticamente em todo o tipo de terrenos, porém cresce com
maior facilidade em locais frescos e sombrios, mas é uma planta sensível ao
frio e geadas das altitudes mais elevadas. É frequente em florestas de
sobreiro, azinheira e carvalho-alvarinho, tendo uma tolerância razoável à seca.
Em Portugal ocorre praticamente em todo o país.
A
gilbardeira é uma planta conhecida na medicina tradicional, sendo a sua raiz
usada como produto diurético.
É uma planta
actualmente protegida na Europa devido ao facto de serem excessivamente colectadas para
arranjos natalícios.Nome científico: Arbutus unedo L.
Nome comum: medronheiro, ervedeiro
Família: Ericaceae
Aspecto e porte do arbusto (esquerda), flores e frutos (à esquerda em cima e baixo respectivamente). |
O medronheiro, também chamado de ervedeiro, pertence à família das Ericaceae, sendo um arbusto que pode atingir até 10 metros, podendo apresentar um porte semelhante a uma árvore, sendo o tamanho normal cerca de 5 metros. Possui folhas simples persistentes, com margem serrada e pecíolo curto, tronco avermelhado e escamoso sendo que os ramos são muitas vezes avermelhados. A sua floração ocorre de Outubro a Fevereiro, a partir dos 8 anos, apresentando flores idênticas às de urze, podendo ser de cor branca, esverdeadas ou rosadas, pendentes em panículas terminais. A maturação dos frutos ocorre no Outono do ano seguinte à floração, logo, as flores e os frutos estão presentes em simultâneo, estes têm geralmente até 2 ou 3 centímetros de diâmetro, globosos e avermelhados, sendo comestíveis. Em condições óptimas este arbusto pode viver cerca de 200 anos.
Geograficamente, o medronheiro pode-se encontrar desde o sul da Europa ao norte de África, Irlanda e Palestina. Em Portugal, encontra-se praticamente por todo o território, com excepção dos locais mais frios do norte do país, bem como os muito secos no sul. Pode ser encontrado em azinhais, sobreirais e bosques mistos, sendo também encontrado em desfiladeiros fluviais.
Para além destas características é também de salientar a excelente resposta desta espécie a incêndios, tendo uma boa capacidade de regeneração, sendo das primeiras plantas a "colonizar" as zonas queimadas. O facto de possuir uma grande resistência à poluição urbana torna o medronheiro uma boa planta para estudos nessa área.
Nas regiões onde cresce, principalmente em Portugal, o medronheiro pode ter vários usos, desde planta ornamental devido às suas flores, à gastronomia devido aos seus frutos comestíveis, bem como em medicina tradicional onde, por exemplo, as folhas e o ritidoma contêm taninos úteis no tratamento da pele, sendo igualmente usado como diurético e como anti-séptico das vias urinárias, possuindo também propriedades adstringentes.
A espécie é principalmente usada para a produção de aguardente através dos seus frutos, originando a apreciada aguardente medronheira, uma prática comum na região do Algarve, aliás, o restritivo específico unedo significa "um e mais nenhum", referindo-se aos frutos que, quando consumidos em demasia, provocam embriaguez e dor de cabeça.
Nos últimos anos tem-se vindo a verificar um aumento de interesse nesta espécie, em particularmente nos serviços que esta pode prestar. Por exemplo, na região centro de Portugal onde, devido à utilização de espécies florestais em povoamentos únicos e contínuos de pinheiros e eucaliptos, com os recorrentes incêndios atingiu, ultimamente, um nível de degradação elevado, e, esta espécie devido às suas características ecológicas e aos seus serviços para o Homem, pode ser um contributo valioso no ordenamento, revitalização e valorização desta região.
Segundo a IUCN, não é uma espécie ameaçada apresentando um bom estado de conservação.
Nome científico: Rubus ulmifolius, Schott
Nome comum: silva, amoreira
Família: Rosaceae
Aspecto geral da silva, arbusto complexo onde são visíveis os acúleos (esquerda) e o aspecto das flores e das amoras, jovens e maduras (direita em cima e em baixo respectivamente). |
O género Rubus é de fácil
identificação e é extremamente comum, em particular esta espécie. A silva é um arbusto que pode atingir até
3 metros, possui base lenhosa, caules arqueados cobertos por acúleos (espinhos)
espaçados, sendo alguns estes caules trepadores, folhas digitadas. A floração
ocorrer de Maio de Agosto e as flores possuem um perianto composto por 5
pétalas de ápice redondo, de branco a rosa. O fruto toma a forma de uma amora,
de cor vermelha e ao ficar madura, preta. A amora não é na realidade um fruto,
pois esta é um agregado constituído pela reunião de diversas drupas, estas sim os
verdadeiros frutos. A maturação ocorre entre Agosto e Setembro. É uma planta
que pode durar até 25 anos, sendo que devido ao facto da espécie se multiplicar
vegetativamente, ganhando raízes através dos seus ramos, a planta pode durar
vários anos.
Esta espécie, bem como outras do
género Rubus que produzem frutos do
tipo “amora”, possuem uma identificação colectiva como Rubus fruticosus, existindo uma enorme variabilidade dentro desta “espécie
geral”.
A silva é muito comum no mais diverso
tipo de habitats, podendo ser encontrada em todo país, sendo nativa. Pode no
entanto, dependendo das circunstâncias manifestar um comportamento invasor. Está
distribuída pelo oeste europeu, região Mediterrânica e norte de África.
As amoras têm sido usadas na
alimentação pelo Homem desde a antiguidade, desde a confecção de compotas e
sumos a vinhos e licores. Tendo em conta a sua riqueza em provitamina A e
vitamina C, a silva é tradicionalmente aplicada em termos medicinais nos mais
diversos casos, desde o tratamento de diabetes, feridas ou rouquidão.
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